domingo, 23 de dezembro de 2012

Papai Noel o senhor rói unha? ___ Ho, Ho, Ho!

sempre me impressiono com o que as pessoas são capazes de fazer em situações absolutamente extremas, mas, odeio filmes de tragédia e cataclismas em geral, além de notícias sensacionalistas sobre fatalidades e assuntos que declarem que a vida é uma sucessão de injustiças e tristezas sem fundamento. Odes a vitimização. Contudo, o calor insuportável me levou ao cinema. Porque, às vezes, só o cinema salva. E de repente, eu estava lá, jogada numa poltrona, de roupa leve, havaianas e enchendo a cara de guaráviton. Enfim,  fazendo o meu papel de burguesa-proletária e aproveitando aquela brisa artificial do ar-condicionado (simulacro da temperatura dos sonhos). "O Impossível",  do gênero "todos vão se fuder muito no final", filme escolhido por pura falta de opção, tem uma trilha sonora mequetrefe e apelativa (eu gosto de One Love!Que aparece no trailer) porém, apresenta os efeitos especiais mais assustadores de todos os tempos. Parecia que eu estava dentro de uma tsuname dado o nível de horror que a cena me trouxe. E os atores são fodas. Naomi Watts, diva deusa, linda e grande atriz. Ewan Macgregor fazendo algo diferente e muito bom (digno de letras maiúsculas) e três garotos que trazem consigo uma verossimilhança que parte o coração mil vezes. Tem um outro garotinho  à parte (que tem seu personagem chamado  Daniel) que mal abre a boca e a gente já quer salvar e cuidar.
Trata-se de uma sequência de acontecimentos dolorosos que faria qualquer ser-humano mediano (ou medíocre) chorar e gritar pelo colo da mamãezinha. Só que a tal família, por motivos muito interessantes, supera um por um dos quiprocós, revelando um tipo de conexão insondável  e uma fé inabalável em algo que nem eles sabem. E para acabar mais ainda com nosso juízo, a bagaça toda é baseada em fatos REAIS  com direito a fotinha da família verdadeira no final.
O fato é que saí de lá pensando no que eu já desconfiava: o ser-humano pode escolher ser melhor do que é a cada segundo que lhe é oferecido. Mas, isso dá bastante trabalho porque requer que tiremos nossa bunda da cadeira e façamos o que deve ser feito através de ações concretas. Por outro lado, podemos continuar praguejando sobre a vida e suas mazelas. Nada contra o luto. Mas, às vezes não há tempo prá ele. Às vezes só a presença de espírito pode mudar verticalmente nossos rumos. E no fim, o choro serve prá levar lavar a dor.
Enfim, realmente acredito que a  felicidade é relativa e depende de um olhar generoso que vá além do próprio umbigo, resultando numa  profunda noção de alteridade e empatia.


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