sexta-feira, 30 de setembro de 2011

"deus mora nos detalhes"


Luisa, Alemão e Papai ...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

diga 36

não faz muito tempo que eu disse em alto e bom som que se eu tivesse um filho o nome ia ser Miguel. Meu sobrinho nasceu e de Antônio passou para o nome do arcanjo guerreiro. Aí, peguei ele no colo e vi aqueles dedinhos e dobrinhas. Awn. Fofura. Me apaixonei. Aqueles pezinhos micro. Os chorinhos com a boquinha tremendo. Completamente apaixonada. Quase roubei. De repente, meu irmão e minha cunhada me disseram que eu ia ser a madrinha do menino. O melhor presente de aniversário de todos. O Miguel agora é um pouco meu. Daí desisti de roubar.


dormiu no meu colo com a mãozinha agarrada na minha camiseta. Uma hora e meia olhando prá ele e conferindo os detalhes

domingo, 18 de setembro de 2011

música do dia: prá dizer adeus aos velhos tempos que não me fazem falta

acho tão bonito essa mania do adolescente de achar que sabe tudo. Isso de acreditar que existem exceções de forma tão convicta que todos passam a acreditar também. Acho bonito. Antes, eu tinha que me esforçar prá lembrar como eu era com pouca idade, mas, a convivência com os jovenzinhos me força a memória e logo me vem uma menina tímida, escondida atrás de cabelos de fada e o sonho de morar encima de uma montanha, numa árvore bem alta, sozinha. Alguns professores me julgavam deprimida, mas, eu em minha "sabedoria" juvenil, tinha clareza que aquilo era apenas o que era: expressão do meu desejo de ser livre. Bem, esse relato de lembrança só me veio, porque pensei na urgência com que os púberes amam e na sofreguidão que eu também exalava em tenra idade. Acho bonito. E percebi que amadurecer é perder isso também. Esse desespero. Hoje, acordei e tive esse insight: nem mil dias à passeio em Buenos Aires ao som de tango de raiz me trarão essa sensação de não poder viver sem o amor de alguém. A menos que eu esteja bêbada e eu PAREI DE BEBER POR TEMPO INDETERMINADO E ESTOU GOSTANDO DISSO. Algo se transformou de maneira radical. Não há mais exceções. Consigo ir adiante e: fim. Sim. Com a idade, o fim não é mais um cataclisma. É só o fim. E dos fins temos começos. A partir de agora quero amar de um modo condizente com a minha idade: 36.





The Only Exception

When I was younger I saw
My daddy cry and curse at the wind
He broke his own heart and
I watched as he tried to reassemble it
And my momma swore that she would
Never let herself forget
And that was the day that
I promisedI'd never sing of love if it does not exist
But darling...

You are the only exception
You are the only exception
You are the only exception
You are the only exception

Maybe I know somewhere deep in my soul
That love never lasts
And we've got to find other ways
To make it alone or keep a straight face
And I've always lived like this
Keeping a comfortable distance
And up until now I had sworn to myself
That I'm content with loneliness,
Because none of it was ever worth the risk

Well you are the only exception
Well you are the only exception
Well you are the only exception
Well you are the only exception

I've got a tight grip on reality,
But I can't let go of what's front of me here
I know you're leaving in the morning, when you wake up,
Leave me with some kind of proof it's not a dream

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Placebo

queria mesmo um remedinho que imitasse o estado físico da paixão: brilho no olho e o frio no fundo do estômago, vindo com aquela respiraçãozinha dolorida no externo. Ando sentindo isso em sonho, mas, na vida “real” tudo vai plácido e muito bom. Não estou acostumada com felicidade sem por que. Sem motivo contundente. Decidi ser feliz e agora fico meio sem saber como lidar com essa escolha. Durante um tempo razoável desses quase 36, fui tão acostumada com bem estar justificado que não aprendi o oposto ... Definitivamente, esse é um tipo adorável de problema.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

gasparzinho

três dias que sonho com a mesma situação: sou beijada com urgência por um cara o qual não consigo ver o rosto. Sinto as mãos, o corpo, a boca, mas, nada de ver o rosto. Doida prá saber quem é esse fulano safado. Tô me apaixonando por um fantasma?!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

sobre meninas e delicadezas

saindo do ônibus na parada da rodoviária,deixei uma mulher passar na minha frente. E fiz isso porque nenhum homem teve a gentileza. Então, quando chegou a minha vez, deixei ela ir, fazendo um gesto de "vá em frente" com as mãos e olhando diretamente nos olhos, assim como eu espero que os cavalheiros o façam. Em vão, é bom que fique claro. Daí, levei um susto quando ela chegou perto de mim e disse "Oi! Tá indo prá onde?". Respondi com uma cara de interrogação e ela continuou convicta "tô precisando de companhia. Você está sozinha?" E eu "olha, eu estou sozinha sim. Mas, quero continuar ". "Ah. Meu nome é Cláudia, e o seu?" "Simone". "Simone, me dá um conselho?". "Claro". "Eu conheci uma garota e quero ir prá casa dela. Ela me convidou, sabe...". "Sei". "Mas, tenho dois filhos..." "Eles estão sozinhos?". "Não! Deixei eles com a minha mãe". "Ah, tá! Então liga prá sua mãe e diz que vai visitar uma amiga". "Mas, vou assim? Só com a roupa do corpo?!". "Ué? Qual é o problema? Ela é mulher. Qualquer coisa, ela te empresta" "Valeu! Vou fazer isso agora!" "Boa sorte Cláudia". Boa sorte.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

epifania = ipêfania



reparei que quando o vento setembrino bate de leve nos ipês, as flores caem em câmera lenta. Agora é assim: quando vejo que vai acontecer eu corro prá debaixo da árvore e ando devagarzinho na esperança de que uma delas fique presa no meu cabelo.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Camarada


quando eu era criança, minha mãe queria que eu e meu irmão fôssemos grandes amigos, ou, no mínimo, amigos. Mas, definitivamente, isso não ocorria. Hoje, diferente de tudo que passou, porque TUDO passa vida "bôwa", somos GRANDES amigos. Ele me dá conselhos incríveis e faz elogios que eu jamais pensei em receber dele algum dia.
Nosso amor é maior que o sangue e isso me conforta em doses cavalares. Essa semana, sentí saudade do Mãoze. De estar ao lado dele, na maior parte das vezes em silêncio, porque é assim que ele gosta. Acabei entendendo depois de muito tempo, o que de fato, significam essas pausas. Acabei, inclusive, adotando alguns silêncios em sua homenagem. E o amor salutar é assim tão bonito, que quer fazer interseções, quer agregar, somar sem preconceito. Quer encontros. Segunda, hoje, quero um café em sua companhia. Forte do jeito que gostamos. Sem álcool, sem lentes, sem fantasia. Só o que nossos olhos e corpos possam perceber. Nada mais, nada menos.