quinta-feira, 30 de setembro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

tássia megalomaníaca

com a cabeça enfiada no umbigo me pergunto se sou uma pessoa apresentável. Eu não quero ser apresentável. Quero superar todas as expectativas e achincalhar o mundo com uma imprevisibilidade hedionda.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

debaixo do sofá

ainda bem que eu moro ao lado do samba e não ao lado do rock. Isso permite que eu não me consuma em drogas lícitas e vire mais um zumbi da 14. No entanto, esse som de chorinho me faz lembrar minha ex aliança de casamento voando pela janela em câmera lentíssima. Ela foi comprada com a venda de uma flauta transversal que tocou muito Chiquinha Gonzaga e outros choros xaropes. A história é românticamente mexicana e bela. Quem terá achado a aliança com as juras falecidas? Para onde vão tantas promessas? Elas ficam nos mesmos lugares que os pares de meias solitários? Que as borrachas perdidas? Os grampos enferrujados? As tampas de canetas bic? As coisas inúteis?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

aorta

um colega noivo, meio cínico, e pelo visto, meio burro, veio questionar a afirmação que eu tinha acabado de proferir depois de uns goles de cachaça da casa. Falei que só o amor não bastava para duas pessoas ficarem juntas. Quase todo mundo sabe disso, mas, ele me olhou como se eu fosse algum tipo de oráculo, talvez, julgando que eu soubesse a resposta, por ter ficado tantos anos nesse estado de espírito. Sorri e completei: se você não sabe disso, está em maus lençóis.Clichê. É tão engraçado...toda mesa que eu sento tem sempre alguém que me usa como fonte de pesquisa para assuntos desse nível. Piada do universo. Enquanto isso, vou deslizando nas ruas do crime, atravessando incólume. Meu coração hiberna junto com o Zé Colméia na floresta de Jellystone.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

mirante

à direita bate um sol fininho e cáustico, à esquerda a mãe alisa as mãos e os punhos rapidamente nas mãos da filha meio cega e meio muda. Os gestos ficam cada vez mais elaborados e ligeiros. A conversa segue animada. Quero entender o que se passa, então fico futricando com meus olhos assimétricos esbugalhando tudo ao redor. O mundo anda me encantando de um jeito...a cena continua. A doçura e o cuidado me fazem pensar na minha mãe. Ela não é doce. O que estará fazendo agora? Minha mãe é um mistério insolucionável.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

sei lá porque

moto ou camelo? De moto, tenho medo, de camelo tenho trauma. Carro urgente. Por enquanto vou de buzão. O das 17:50 (grande circular) é pilotado pelo Cary Grant do cerrado. Apelido que dei depois de observá-lo com cuidado(rima miserável). Uma beleza elegante que só dura o tempo da próxima patada. Bofe chucro, trata mal tudo que se move, inclusive o próprio ônibus. A sua fúria juvenil (chuto uns 23 no máximo)é rapidamente distribuída aos demais presentes no baú. Eu sempre saio angustiada e tonta.
Queria um dia entrar no ônibus do jeito que o Elliot do ET entra no laboratório da escola. Bêbada cambaleante, caindo nos braços do motorista assassino e dando um beijo desentupidor de pia.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Lebre de Março

daqui a 18 dias faço 35. Não sei porque lembrei. Nunca lembro dos meus aniversários. Mas, acho que essa reflexão aconteceu depois de recordar meus cinco anos... Período em que eu gostava muito de brincar sozinha. Percebi cedo que nem sempre ia ter alguém disponível ou afim de brincar comigo. E que isso é ok.
Hoje, entendi que eu realmente gosto de ficar só. É prazerozo. E veio como resultado de um período de trégua entre eu e meu coração. Me orgulho de não ter fugido. Apesar dos dias em que não quis levantar, em que pensei que jamais ia amar de novo e outras bobagens que passam pelas cabeças dos seres egocêntricos, enfurnados dentro de si e da própria dor. Tive medo, mas, fui sozinha. E tenho amigos. Precisava ir só prá entender que certas coisas e a maior parte delas, tem de ser feitas e aprendidas sozinhas. Não tem amigo, nem mãe, nem irmão, nem pai que faça por nós. Daí, ficamos fortes prá compartilhar nossas vidas com os outros.
Deu prá entender que ao meu lado só andam os corajosos e pacientes. Prá aguentar meus chás de sumiço. Minhas pirações...
Acho tão lindo minha habilidade de não substituir as pessoas. Quando elas se vão, a casa cai. Sobram enormes buracos. Mas, entendo quem substitui os outros. Medo de ficar só. Prá esses eu digo o clichê barato (que eu realmente acredito): somos nosso melhor amigo e nosso pior inimigo.
Acho que esse ano vou lembrar de cada segundo do dia do meu aniversário. Daqui a 18 dias, às 19:30, nascerei com um sorriso menos ingênuo, menos aberto, menos gratuito, mais inteiro, mais focado, mais sozinho, mais duro, mais feliz.

domingo, 5 de setembro de 2010

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

hoje eu chorei quatro lágrimas, mas, eu queria ter chorado um rio. Só deram quatro porque eu bebi pouca água e é época de seca. Pouca água prá desfazer minha mágoa e transformar tudo isso em oportunidade...amanhã encho a cara!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010