sábado, 29 de outubro de 2011

Cheers

celebro também os dias estranhos. Aqueles que aparentemente não fazem sentido. Cansaço faz isso. Dói tudo. A impressão é que todo o resto do corpo comprime o coração. Faz ele querer sair num vômito. Faz ele querer correr prá longe, louco...
Passará.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

meu nome não é SÔNIA e você é um CAFÔNIA

tem um cidadão que só me chama de Sônia e me cumprimenta na maior boa vontade. Hoje, não foi diferente. Mas, meu nome não é Sônia porra. Então, olho com uma cara de antipática que também não é a minha e penso que nós dois criamos "Sônia, a mau humorada do 202", uma personagem resultado do pouco caso do boy em lembrar meu nome e da minha conivência abarrotada de preguiça. Assim, caminha essa terça com cara de eterna segunda.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

castelos de areia

dizem que meu avô italiano era um cavalheiro. Antes da pobreza quase extrema, ele usava linho da cabeça aos pés, chapéu e belos sapatos. Professor, era culto, ouvia vinis das grandes cantoras do rádio e interessava-se por medicina natural, tendo uma coleção de livros sobre o assunto. Era excelente cozinheiro e bom bebedor. Gostava de jogo e apaixonava-se por prostitutas (tendo, inclusive se casado com uma delas)assim como transitava com facilidade pelo submundo. Um bon vivant que foi a bancarrota por esse mesmo motivo. Não sei o que de fato é verdade, as histórias chegam sempre envoltas por uma áura fantasiosa e nostálgica e eu ando meio de bode com o passado. Acredito que o presente é rei e o que passou serve um pouco para explicar quem eu sou.
Ok, a primeira parte dessa história parece muito com... COMIGO mesma. Não tenho relação íntima com as prostitutas, mas elas são minhas vizinhas e eu me sinto mais segura ao lado delas do que ao lado dos rapazes.
Eu que busco cavalheirismo nos boys atuais sou a perfeita cavalheira. Gostaria muito de encontrar modelos assim em versões atuais.E masculinas. Pessoas que não fizessem parte do meu círculo familiar, obviamente. Mas, tá puxado.
Esses dias, um cara que conheço, artista, começou a investir mais pesado numa aproximação. Eu estava até curtindo qdo de repente ele perguntou se eu não topava ser a CACHORRA dele. Perguntei o que vinha a ser isso, talvez gíria nova para RAINHA. Mas, era o que é: uma mulher disponível para sexo casual a qualquer hora. Eu respondi: "Ah! Entendi! Vc quer o que todos os homens (casados, ou não) querem: uma mulher ali, a disposição para sexo sem compromisso! Ok!Tchau! Boa Tarde!" Veja, o problema não é o sexo casual e sim essa falta de cuidado para conseguí-lo. Essa sedução low calorie. Até os pavões se esforçam para atrair suas parceiras.
Julgar-se a melhor opção para uma mulher é o cúmulo da falta de deferência e autocrítica. Gostaria mesmo de ver o "tamanho" dessa promessa irrecusável. Aff

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

blueblueleta

dia, não adianta vc querer dar prá trás hj. Estou disposta a tudo prá que vc seja o melhor de todos. Já escolhi meu vestido de flanela preferido, meu tênis de chuva e meu batom vermelho. Já me benzi com alfazema e saquei meu cartão estourado para o café mais perfeito da America Latina. Eu vou olhar o céu "cinzentim", respirar fundo e agradecer porque eu tenho fé em algo que eu não sei o nome e esse algo me diz que absolutamente tudo está dando certo. Meu nome não é " Polyana Moça". Eu simplesmente acredito.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Thraupis sayaca

na velocidade que deve seguir, a vida dança e aponta novos lugares. Lugares cada vez menos especiais, menos vips. Então, mais arisca, talvez mais inteligente, visito o solo com frequência, em busca de alimentos. Agrido meus predadores. Mas, também sou gregária. Só ando em bando quando realmente vale a pena. Que bom que amar não depende de ninguém. Só do tamanho das asas...só do tamanho das asas.

domingo, 9 de outubro de 2011

Salva - Vidas




sempre perco um dos pares dos meus brincos. É uma dessas manifestações tão certeiras da vida tal como a morte. E sempre fico frustrada, com a sensação péssima de incapacidade, mesmo sabendo que tarrachas foram feitas para manter o consumo de brincos em alta na bolsa de valores das futilidades. Fico (ridiculamente) pensando no brinco perdido jogado no mundo sem função. Tive essa mesma sensação esses dias no ônibus de volta prá casa quando me deparei com um menino de uns 8 ou 9 anos, descalço, sujo,tatuado por cicatrizes.Um boneco imóvel com olhar injetado. Na minha cretinice, senti vontade de levá-lo comigo. Juntaria minha vontade de ser mãe com o desamparo em sua exuberância. E fui mais longe querendo arrecadar tudo que é coisa e gente abandonada numa fantasia romântica de que erradicaria esse mal do meu mundo. Nada mais de objetos e gente perdida sem lugar nem colo. Ah...às vezes eu sou tão boboca.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

WANTED

olha, eu ando sentindo pouca vontade de dar satisfação para o mundo sobre os meus atos. Às vezes sumo. FATO. A última vítima foi meu pai, que muito magoado pediu uma chave da minha casa para me visitar qdo quisesse porque eu não tenho tempo prá ele, porque demoro a ligar, porque sou esquisita. Então deixo aqui minhas mais sinceras desculpas e meu desejo também sincero de que eu mude nesse aspecto.

domingo, 2 de outubro de 2011

"peixes, pássaros, pessoas"

toda vez que eu abria minha geladeira ela gritava. Vazia feito estômago de modelo de passarela. Sem mais, tive que passear no mercado. Preços altos. Lotação esgotada nas poucas filas. Tédio. Daí, tive um insight sem cabimento (ou apenas me vi exercitando o método de associação livre do Freud. Nada de novo.) Bobo mesmo: coisas lembram pessoas. São prá isso que elas servem. Prá guardar pessoas. (Além de servirem para os objetivos óbvios tais como alimentar)

Coisas do mercado. Porque eu estava lá. Foi o ócio obrigatório da fila que me levou mais longe: a pasta com sementes de mostarda lembrava os beijos e lambidas de gato de alguém que eu amo muito. Deu uma saudade boa. Sem dor. Daí paguei a conta pensando que essa pessoa pode distribuir os mesmos beijos e lambidas para o mundo inteiro, porque eu quero mesmo que ela seja feliz.