segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

con (in)spiração

meus pés
existe uma conspiração invisível e adorável para que tudo aconteça seguindo à risca, o que deve ser feito. De pouco em pouco e chegando lá. O pouco parece as vezes, irrisório, quase nada, mas, é assim, humildemente, que me achego. Direciono e vou. E vou a pé, com meus passos curtos e quase sempre,só.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

?

hj, depois do café da manhã, senti uma vontade doida de namorar. Leia-se andar de mãos dadas; beijar até a boca arder; passar o dia inteiro na cama entregue a luxúria e a baixaria que só funciona quando tem olho no olho e cheiro compatível; tomar banho junto até a pele ficar engelhada; assistir filmes com as pernas embaralhadas; beber vinho e falar merda até a boca ficar borrada, o dente manchado e admirando muito as merdas do outro; dançar junto até o dia raiar; gravar músicas perfeitas pro cara lembrar... enfim, toda essa baboseira (e mais um pouco) que a gente faz quando tá apaixonada.
Daí, me lembrei dos filmes fófis dos anos 80 que fizeram a minha geração sonhar com boys que fingem ser seu pai pra te livrar de um dia chato na escola e te levam pra matar aula no Museu, passam no seu quintal sentados num carrinho de cortar grama depois de ter partido seu coração em mil pedaços, desejam a garota mais linda da escola e não percebem que a amiga ao lado é que é o ouro, só descobrindo isso no final etc, etc e etc.
Mas, fico pensando seriamente se esses clichês ainda me servem... se o que eu penso de amor agora, é assim tão ingênuo... porque eu acho que amor é pedreira.... é para os fortes que não tem medo do abismo das diferenças, nem das discordâncias e muito menos, dos sonhos distantes. É pra quem quer a revolução de não se permitir acreditar que o outro estará sempre lá e que a insegurança gerada por esse fato, significa uma demanda muito grande de cuidado e preciosismo de ambas as partes. Será?!







sábado, 23 de fevereiro de 2013

Música do dia - Um só - China

Vou deixando tudo de lado
Não importa futuro ou passado
Vou pisando na incerteza
Na incerteza dos meus passos. 

Confuso sentimento
De entendimento impreciso
Não vou me demorar
Nos dias que já passei. 

Vou deixando tudo de lado
Não importa futuro ou passado
Pisando na incerteza
Mas confio nos meus passos. 

Eu sou mais um
Eu sou um só




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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Poesia

Russ Mills

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Comunicado

AQUI VOCÊ NÃO ENCONTRARÁ: perfeição, suas expectativas realizadas, plenitude, felicidade suprema ou maturidade total. Sem mais, grata pela atenção, Simone Marcelo Holanda (lutando pelo direito de manejar a própria vida sem a menor habilidade ).

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

40 graus

Calor, te exaltarei até cair em chamas e enfumaçada...  beijarei tua boca rumo ao ataque; encostarei de leve pra derreter o corpo já entregue; sorverei tua língua, desesperada e tonta;  arrancarei nos dentes tudo que é apêndice. O resto: gruda, mela, encharca, enfurece, contorce e luta dançando em labaredas azuis... o ar abafado vai apagando devagar os estalos de tudo...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Ectopia Cordis

no campo tudo ganha  clareza e simplicidade. O dia é dia. A noite é noite. Não há feriado. Não há férias. O tempo transcorre límpido e "correto" seguindo o Sol como medida pra tudo. A Lua é o descanso merecido após a labuta, que, em verdade, não é vista como tal. Parece, ao meu ver, vista como algo absolutamente fluido. Arar, plantar, cuidar e colher. Comer o fruto do que se planta.
Não tem champanhe que pague o luxo de comer fruto no pé. Meu pai pegou as siriguelas mais doces no topo. Caquis chocolate, bananas e mangas. Todas que ele plantou. E isso é como rememorar o paleolítico da minha vida. Eu fazia esse mesmo ritual quando pequena. O pai do meu pai, arrancava as pitangas mais rubras , as quais, eu só dividia com os  passarinhos, pois, as melhores ficam sempre no alto. Talvez porque guardem  em si os primeiros raios solares da manhã. Eu acho.
Assim sendo, me empanturrei de tudo que é meio caipira, meio antigo e meio tradicional. Desde mel orgânico, queijo curado, até ovos vermelhos. Resultado:   bochechas rosadas e peitos gigantes.
Para além do meu estômago e todo o afeto atrelado a comer e a preparar a comida, tem os bichos. As vacas soltas andando no chão lamacento da rua. As maritacas, barulhentas às 6 da manhã, os sapos gigantes. As aranhas assassinas que minha mãe cuida como se fossem da família... E agora, além dos gatos sobreviventes, tem o Vicente, filhote cão gaiato, que foi abandonado na frente da casa de Mama, a despeito das 3 câmeras de segurança. (Sim. O campo na pós-modernidade também tem câmeras, mas, até onde eu sei, ainda não tornou-se totalmente líquido e a mercê das leis de mercado. O campo ainda é o campo. Só não sei até quando...).
Eu batizei o Vicente e depois descobri que o significado do nome vem do latim e significa ''aquele que vence". Minha intuição aflorada acertou em cheio: quando ele chegou,  não emitia sons, não tinha pelos e sua pata traseira estava quebrada. Ele era a representação extrema do abandono e da maldade a qual o ser humano às vezes é capaz de se render. Não se movia e exalava um cheiro podre. Uma gosma transparente fazia parte do que tinha sobrado de pele. Era como se a morte iminente lhe mordesse os calcanhares.
Pois bem, o cachorro mais legal do planeta, ressuscitou como quem nem lembra do passado, aprendendo tudo de errado com Gaia, a cachorra mais sem limite do Universo. Parece feliz. E ficou tão belo que eu me apaixonei...
Minha mãe tem mãos de cura. Mas, eu fico pensando...quem cura e cuida dela?! Ela é tão arisca e selvagem que o dia em que eu fui lavar seus cabelos ela parecia um gato querendo sumir para um recanto distante. É a criatura mais bondosa, honesta e dura que eu conheço. Ela me faz querer dar-lhe colo e amor sem fim. Ela me faz querer rasgar o peito e deixar o coração todo pra fora, pegando vento forte, chuva e luz. Ela me faz querer cuidar de alguém.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Oxalá

viajar virou minha casa. Comi canela de cachorro, daí, nada mais me segura em lugar nenhum. Olho para atrás rapidinho e vejo  aquela  poeirinha de desenho animado, avisando que eu já estou indo embora de novo. É um tal de ir pra lá e pra cá que eu já tô com saudade de mim. Esse ano promete mais idas do que vindas e   malas cada vez mais leves...

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Carna-inside

hj, vou vestir minha fantasia mais preciosa. Vou me jogar no silêncio mais profundo, nadar em meus mares revoltos. Vou levando quase nada pra não pesar. Vou  transbordante de quase tudo, pra dividir. Não sou iogue, não sou budista, não sou xintoísta...só hoje, quero assim.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

cavalheiro

expor minha vulnerabilidade é difícil. Vários porquês poderiam estar aqui. Mas, não estarão.Quero falar de outro assunto. Quero falar de amparo. Não, não estou falando de assistencialismo. Trata-se de uma delicadeza fútil, parte de um assunto menos nobre. Leia-se aqui ,como um jeito de encostar as mãos na cintura do outro...um leve tocar com a palma, capaz de te guiar nos passos mundanos do dia-a-dia. É ação de regalo, de quem realmente se interessa. Acho bonito e até sinto falta. Pois, faço votos que mais e mais cavalheiros e damas espalmem sutilmente seus cônjuges amados, na ilusão de protegê-los de todo o mal.