domingo, 31 de julho de 2011

deixando prá trás tudo que eu não consigo mais carregar. Qualquer tipo de peso morto




Vanessa da Mata / Lokua Kanza

Não fale mais
Leve o que é seu e só

Que o sol já vem
E com ele outro dia

Se descobrir
Vá crescer
Entender e saber
O que quer, quem você quer.
Não me faça mais chorar
Como se eu fosse nada
Para o ego do meu bem
Quantas você tem
Quantas você faz sofrer
Seduzindo o mundo
Quantas ficam ao seu bel-prazer

Cresça
Me deixe em paz
Mesmo que eu sofra mais
Agora tudo é seu
Amanhã serei bem mais feliz


Se descobrir
Vá crescer
Entender e saber
O que quer, quem você quer.
Não me faça mais chorar
Como se eu fosse nada
Para o ego do meu bem
Quantas você tem
Quantas você faz sofrer
Seduzindo o mundo
Quantas ficam ao seu bel-prazer

Preciso ser mais forte
Para não voltar atrás
Aliviando o desespero
Para adiar o sofrimento

Cresça
Me deixe em paz
Mesmo que doa mais
Agora tudo é seu
Amanhã serei bem mais feliz

sexta-feira, 29 de julho de 2011

carta aberta para me consolar

querido, não sei quais os motivos o fizeram atentar contra a própria vida. Quem sou eu para julgar. Mas, meu peito não parou de doer desde que soube dessa sua escolha. Espero que eu consiga ficar em silêncio ao seu lado, como todos aqueles que me amam ficaram um dia. Não existiu dia mais triste que hoje. O sol no caminho até o trabalho não tocou a minha pele. Nenhuma nuvem moveu-se desde então. Que eu tenha forças para segurar sua mão sem me liquefazer.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

kafka

há uma hora atrás tinha uma mosca na parede. Sólida e imponente feito um broche antigo. Bastou começar o jogo e a pobre mudou de lugar umas dez vezes. O que me fez repensar se vou continuar flamenguista. Esse pessoal é muito deselegante. E antes que me julguem ecologista ou budista, gostaria de deixar claro que me identifiquei com a mosca. Só isso. Podia ser uma barata, mas, era uma mosca.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

quinta-feira, 21 de julho de 2011

validade vencida

não sabia que tinha um calcâneo até ele doer. As coisas acontecem assim. Às vezes num suspiro do outro você percebe que ainda dói, mas, é tarde demais. Segundo relatos, minha vó sentia essa dor já no fim de sua vida. O que me leva a crer que, das duas uma: ou meu fim está próximo, ou sou bem adiantada prá minha idade.
Minha prolixidade me fez lembrar de 5 conselhos que ela me deu dentre outros tantos:
1° nunca corra atrás de um homem, mesmo amando loucamente;
2°se o homem gosta de vc, ele se manisfestará das profundezas do inferno;
3°linho é o tecido mais adequado aos trópicos brasileiros;
4° até prá morrer é necessário elegância e discrição;
5°é melhor ser "charmant" do que ser linda.
Saudade de Maria Altair Holanda, a mulher mais chic que conheci...mesmo sofrendo de dores homéricas em seu calcâneo ela sorria e dizia que era um
excelente motivo para usar salto alto.


Esse retrato naturalmente não é de hj. Em homenagem a vovó serei discreta quanto a minha dor. Então resolvi colocar um retrato do carnaval passado. Cara de frevo que eu amo tanto. Pra inspirar meu calcâneo.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

"conduzo tua lisa mão
por uma escada espiral
e no alto da torre exibo-te o varal
onde balança ao léu
minh'alma"
Chico Buarque de Holanda na canção Sonhos Sonhos São

mais um retrato em branco e preto cheio de pose e nenhum soneto. Achei boa.

segunda-feira, 18 de julho de 2011



Nas semicoisas das coisas
Outras versões da verdade
Do outro lado do espelho
Outro dobro metade
Semicoisas
Partícula do universo
Clara tua sombra no escuro
Poesia é o in-verso
Saudade de um ex-futuro
Semicoisas
Momento eternidade
Nada que contém de um tudo
Uma multiplicidade
De origens do mundo

palavras com N

às vezes a verdade pode ser apenas um pequeno episódio sobre o NADA. Ou reconhecer algo difícil pode ser só parte de um processo. Então, que bom que tive coragem de dizer... não importa como. O que acho mais bonito é que na minha pequena frase tem um subtexto que me alicerça: sei quem você foi e tudo aquilo que você NÃO me disse, mas, você NUNCA saberá quem sou eu. Não pelos outros. Não por mim. Não permitirei. Entretanto,tudo que fiz, vc ficou sabendo. Por mim mesma. Mas, de vc...as informações chegam todos os dias, aos soluços,sem esforço, sem eu perguntar e são todas aquelas tão NEGADAS. Na minha inocência vc era meu amigo. Ao invés disso, passei por desequilibrada. Caro, perdoar não é sofrer amnésia.
Esqueço de dizer nessa msg, que tenho pena de vc. Tenho pena de tudo que vc não tem. Porque vc não tem muita coisa que considero essencial...dá prá ver a privação de sentimentos, cuidados...é evidente a carência de tudo. Essa vontade perene de atenção e amor que venha de todas as direções... Tenho pena. Seja feliz

domingo, 17 de julho de 2011

hoje eu acordei com vontade de calar o mundo. Calar com um beijo. Um daqueles beijos que fazem a gente morrer, sair do corpo e voltar só prá se entregar...inteiro.

sábado, 16 de julho de 2011

" Eu escolho um homem que não duvide de minha coragem, que não me acredite inocente, que tenha a coragem de me tratar como uma mulher. "
Anais Nin

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Rock na cara

nesse dia do rock qualquer escatologia vale, qualquer atitude equivalente a uma cusparada combina. Hoje, eu daria aquela escarrada em gente que só trata bem quem estiver na crista da onda, sendo o sucessinho do momento. Gente que acha que prestígio se vende, se compra, se rouba, se empresta. Gentinha que é tão pobrinha de si mesma que cola em outras prá raspar um pouquinho do brilho. Gente que só te acha interessante quando ouviu outras pessoas falarem bem de você. Prá essas pessoas meus mais profundos e sinceros catarros!

terça-feira, 12 de julho de 2011

reza

que todo esse amor que arranha por dentro afete homeopaticamente o meu caminho

segunda-feira, 11 de julho de 2011

amnésia

A primeira vez que eu me preparei para perder um amor, antes de tudo acabar de fato, foi quando ele comia sua última refeição. Carne de panela, acho... Não me lembro ao certo porque me dói e talvez porque isso me cause repulsa a carne de panela. E a minha mãe faz uma inacreditável.
O último gosto de sua boca era aquele, misturado com sangue. Ele sangrava por dentro e o sangue apodrecia tão rápido que exalava por toda a cozinha. Eu chorava e apertava sua mão tão forte, mas, ele nem ligava. Comia e ria.
Eu não aproveitei meus últimos minutos com ele porque só o imaginava estirado em um caixão. Já tinha matado ele há muito tempo. Para facilitar. Era prático sofrer por antecipação. Agora vem você. Ando me preparando insistentemente para te perder. É um trabalho sem fim. Porque nada no meu corpo entende isso. E já faz um tempo razoável. Essa despedida que vem em ondas cansa tanto...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Plim

ontem, olhando pela minha janela e fumando um cigarro devagar percebi que sou boa demais prá você

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Anais Nin

"Chorei porque não era mais uma criança com a fé cega de criança.
Chorei porque não podia mais acreditar e adoro acreditar.
Chorei porque daqui em diante chorarei menos.
Chorei porque perdi a minha dor e ainda não estou acostumada com a ausência dela."

segunda-feira, 4 de julho de 2011

vou tatuar a palavra alegria na aorta e lembrar que a festa é de graça e que eu gosto de dançar até amanhecer. Se não tiver ninguém, eu danço só, olhando prá dentro e lá não fico sozinha nunca

5 e algo e muita coisa por fazer... muito para abandonar... reeducação emocional.Então, saber que nada foi sério me mata um pouco. Tanta mentira...tanta inércia... O que fica é a noção de que sou capaz de amar tragicamente. Ou era. Não há uma só célula que não tenha seguido o coração. Sou obstinada ou estúpida? Era. Porque hoje eu quero assinar um desses documentos lavrados em cartório que me eximam de qualquer resquício desse sentimento nocivo. Quero ter algo concreto que me alforrie. Mudar os gostos, acabar com esse sabor de sangue parado, velho. Aqui, o fim não é começo de nada. É o fim mesmo. Ponto final

sábado, 2 de julho de 2011

é isso

Três
Marina Lima
Composição: Marina Lima/Antonio Cicero
Um
Foi grande o meu amor
Não sei o que me deu
Quem inventou fui eu
Fiz de você meu sol
Da noite primordial
E o mundo fora nós
Se resumia a tédio e pó
Quando em você
Tudo se complicou

Dois
Se você quer amar
Não basta um só amor
Não sei como explicar
Um só sempre é demais
Pra seres como nós
Sujeitos a jogar
As fichas todas de uma vez
Sem temer naufragar

Não há lugar pra lamúrias
Essas não caem bem
Não há lugar pra calúnias
Mas por que não nos reinventar?

Três
Eu quero tudo que há
O mundo e seu amor
Não quero ter que optar
Quero poder partir
Quero poder ficar
Poder fantasiar
Sem nexo e em qualquer lugar
Com seu sexo junto ao mar