domingo, 9 de outubro de 2011

Salva - Vidas




sempre perco um dos pares dos meus brincos. É uma dessas manifestações tão certeiras da vida tal como a morte. E sempre fico frustrada, com a sensação péssima de incapacidade, mesmo sabendo que tarrachas foram feitas para manter o consumo de brincos em alta na bolsa de valores das futilidades. Fico (ridiculamente) pensando no brinco perdido jogado no mundo sem função. Tive essa mesma sensação esses dias no ônibus de volta prá casa quando me deparei com um menino de uns 8 ou 9 anos, descalço, sujo,tatuado por cicatrizes.Um boneco imóvel com olhar injetado. Na minha cretinice, senti vontade de levá-lo comigo. Juntaria minha vontade de ser mãe com o desamparo em sua exuberância. E fui mais longe querendo arrecadar tudo que é coisa e gente abandonada numa fantasia romântica de que erradicaria esse mal do meu mundo. Nada mais de objetos e gente perdida sem lugar nem colo. Ah...às vezes eu sou tão boboca.

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