domingo, 2 de outubro de 2011

"peixes, pássaros, pessoas"

toda vez que eu abria minha geladeira ela gritava. Vazia feito estômago de modelo de passarela. Sem mais, tive que passear no mercado. Preços altos. Lotação esgotada nas poucas filas. Tédio. Daí, tive um insight sem cabimento (ou apenas me vi exercitando o método de associação livre do Freud. Nada de novo.) Bobo mesmo: coisas lembram pessoas. São prá isso que elas servem. Prá guardar pessoas. (Além de servirem para os objetivos óbvios tais como alimentar)

Coisas do mercado. Porque eu estava lá. Foi o ócio obrigatório da fila que me levou mais longe: a pasta com sementes de mostarda lembrava os beijos e lambidas de gato de alguém que eu amo muito. Deu uma saudade boa. Sem dor. Daí paguei a conta pensando que essa pessoa pode distribuir os mesmos beijos e lambidas para o mundo inteiro, porque eu quero mesmo que ela seja feliz.

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