terça-feira, 14 de setembro de 2010

mirante

à direita bate um sol fininho e cáustico, à esquerda a mãe alisa as mãos e os punhos rapidamente nas mãos da filha meio cega e meio muda. Os gestos ficam cada vez mais elaborados e ligeiros. A conversa segue animada. Quero entender o que se passa, então fico futricando com meus olhos assimétricos esbugalhando tudo ao redor. O mundo anda me encantando de um jeito...a cena continua. A doçura e o cuidado me fazem pensar na minha mãe. Ela não é doce. O que estará fazendo agora? Minha mãe é um mistério insolucionável.

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