terça-feira, 7 de setembro de 2010

Lebre de Março

daqui a 18 dias faço 35. Não sei porque lembrei. Nunca lembro dos meus aniversários. Mas, acho que essa reflexão aconteceu depois de recordar meus cinco anos... Período em que eu gostava muito de brincar sozinha. Percebi cedo que nem sempre ia ter alguém disponível ou afim de brincar comigo. E que isso é ok.
Hoje, entendi que eu realmente gosto de ficar só. É prazerozo. E veio como resultado de um período de trégua entre eu e meu coração. Me orgulho de não ter fugido. Apesar dos dias em que não quis levantar, em que pensei que jamais ia amar de novo e outras bobagens que passam pelas cabeças dos seres egocêntricos, enfurnados dentro de si e da própria dor. Tive medo, mas, fui sozinha. E tenho amigos. Precisava ir só prá entender que certas coisas e a maior parte delas, tem de ser feitas e aprendidas sozinhas. Não tem amigo, nem mãe, nem irmão, nem pai que faça por nós. Daí, ficamos fortes prá compartilhar nossas vidas com os outros.
Deu prá entender que ao meu lado só andam os corajosos e pacientes. Prá aguentar meus chás de sumiço. Minhas pirações...
Acho tão lindo minha habilidade de não substituir as pessoas. Quando elas se vão, a casa cai. Sobram enormes buracos. Mas, entendo quem substitui os outros. Medo de ficar só. Prá esses eu digo o clichê barato (que eu realmente acredito): somos nosso melhor amigo e nosso pior inimigo.
Acho que esse ano vou lembrar de cada segundo do dia do meu aniversário. Daqui a 18 dias, às 19:30, nascerei com um sorriso menos ingênuo, menos aberto, menos gratuito, mais inteiro, mais focado, mais sozinho, mais duro, mais feliz.

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