terça-feira, 25 de novembro de 2014

faltou aquele por do sol

o corpo se conecta de uma maneira tão honesta que nenhuma razão consegue explicar. Nele fica impressa a sinceridade que nenhuma palavra dá conta. Não é possível enganar o corpo. Ele se abre por inteiro quando sente prazer e segurança com outro corpo presente, mesmo que as palavras ditas contradigam tanta intimidade.
O corpo sente saudade de quem não deveria e de toda minúcia que o outro carrega: cheiro, hálito, digitais...
Entre os corpos desenha-se um fio imaginário de ligação. Um fio tênue mesmo que aparentemente não se tenha criado nenhum laço de afetividade profunda.
Um ajuntamento estranho que carrega consigo o suspense e o desejo de reencontro. Um encaixe isento de palavras e cheio de respiros, gemidos, fungadas, lambidas e cheiros.
Um corpo que quer a sincronicidade a seu favor para tropeçar no outro, na chuva, em frente a rodoviária. Mesmo sem saber porque.

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