domingo, 8 de março de 2015

M.M

se eu dissesse que não sinto falta, mais uma mentira seria. O que me afastou foi seu estranho hábito de achar que eu estava à sua disposição como uma fonte inesgotável de carinho. Mas, sem reciprocidade, quase tudo se extingue.Tem também o seu olhar que parecia utilizar uma lupa de aumento para aquilo que eu não sou. Principalmente: jovem. E, me perdoe, eu não quero ser jovem. Eu já fui e isso realmente não me interessa. E, a propósito: fui uma jovem profundamente infeliz a maior parte do tempo.
Quero ser eu em uma versão que cumpre tudo aquilo que se promete fazer para si mesma.
Mas, voltando a nostalgia: posso dizer que aquilo que me dá mais saudade são as suas tatuagens dançando no meu corpo. Eu encostava a mão onde era rabiscado e sentia sua pele mais lisa e tépida. E tinha também aquele aroma de aconchego...
As tatuagens agitavam-se doidas saindo do seu corpo e entrando no meu como demônios me possuindo o coração. Suas mãos que tanto fazem, nem eram belas como prezo, mas, eram as mãos que eu queria até hoje entrelaçadas na minha (despretensiosamente) durante qualquer passeio.
 Mas, você quer todas e me trata tão mal...eu não te culpo e nem ataco o seu poliamor. Sabemos que mereço ser muito bem tratada e no mais: dentro de mim tem tantas que você podia amar...
Desejo, de verdade, que outras honrem seu corpo como um dia eu honrei.

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