sábado, 24 de março de 2012

limousine

gosto de andar de ônibus. Adoro quando tenho que pegar um bem cedo, entro correndo e ele está completamente vazio. Sinto que o motorista é só meu e estou dentro de uma enorme mercedes benz. E estou. Obviamente, isso dura pouco e logo toda a exclusividade se transforma em formigas proletárias lutando para viver e chegar aos seus trabalhos na maior rapidez possível. Afinal, tudo gira em torno da maldita rapidez. Hoje, voltando do trabalho, desmanchando de tão cansada rezei para o busão andar rápido, entrei tentando correr, sentei recostando minha nuca no ferro detrás, daí fechei os olhos e sonhei com a minha cama. Por pouco tempo é bom que fique claro. Um cara de + - 30 anos entrou cambaleante, pudim de cachaça, fazendo um discurso na minha cara! Berrando: "eu sei que eu sou chato, porque quando eu quero chatear eu capricho". Então, levantei meio tonta e fui para as últimas cadeiras. Ele continuou o show dizendo que seu nome era Clemir e estava gravando um cd...não tinha trazido porque tinha esquecido. Daí cantarolou sentado enquanto o ônibus se movia. E para finalizar, antes da sua descida no carrefour do início da asa norte ele levantou e cantou Whitney Houston num inglês miserável. Nesse ponto eu já estava me estrebuchando de tanto rir e todas as outras pessoas também. Chorei de tanto gargalhar, segurando a cabeça entre as mãos quando o pobre diabo se emocionou e no clímax de sua performance deu soquinhos no ar para enfatizar as palavras de amor. Eu acho bonito quem dá socos no ar. Ele ajoelhou-se. Fez reverência a todos e proferiu suas últimas palavras: minha parada é aqui gente! Comprem meu cd!
Juro que se tivesse um agora prá vender eu não ia pensar duas vezes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário