domingo, 26 de fevereiro de 2012

a quem interessar possa

quero adiantar que desde criança gosto do pão francês cortado em cubos e com manteiga saindo pelos cantos. Ela deve estar bem derretida para que eu possa meter os dedos na boca enquanto minha mãe não está olhando. Gosto também do efeito branco tinta dos desodorantes aerosóis quando vou aplicá-los em dias quentes. Adoro quando eles mancham minhas roupas pretas. Não sei jogar xadrez e nunca quis aprender porque sempre entendi que esse era o jogo de exclusividade do meu irmão, o qual ele utilizava para ter ascensão em sua adolescência difícil. Às vezes gosto de admirar meu defeito adquirido pela Síndrome de Graves (um olho maior que o outro) e acreditar que ele é um prêmio por eu ter sobrevivido a uma séria doença. Quando não quero ser vista, caminho pela W3 e respiro com força o ar contaminado dessa doce Brasília cheia de carros sem motoristas. Também gosto da sensação de passar a mão pelos cabelos e constatar que não estou careca apesar do fogo que não para de arder. Me sinto muito mais elogiada quando me chamam de estranha ou esquisita do que quando me chamam de bela. Enfim, falaria sobre mim mais um pouco, contudo, cada vez com menos entusiasmo. Finalizo com as seguintes frases: não sou boa em sedução.E nunca quis ser musa de ninguém. Mas, arraso no sumiço. Tem gente que me chama de " Mestre dos Magos".

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