domingo, 3 de março de 2013

névoa fina

já faz algum tempo que minha t.v virou apoio para vaso. Ela já era bem velha, da época em que eu ainda era estudante e morava numa república.
Basta uma t.v pra eu começar a bocejar. Gosto de filme e alguns seriados, mas, sou de um período em que conteúdo de t.v aberta só era bom de madrugada. Agora, a maior parte, transita entre o lixo e o desnecessário. Como não tenho t.v à cabo, ela só faz falta porque me dava o sono que eu ando perdendo.
Mas, temos a internet com todo tipo de assunto. Daí, dando uma zapeada, deparei-me com os filmes do Ingmar Bergman, o queridinho dos hipsters, cineastas cults e atores metidos. Mesmo com  minha preguiça contumaz desse povo, me rendi aos encantos desse diretor fodástico.  "Gritos e Sussuros", "Morangos Silvestres" e "Cenas de um Casamento" são as pérolas que eu desfrutei, legendadas e disponíveis nesse mar cibernético.
Chapou a minha alma, como num soco certeiro. Fiquei tão mal de cabeça, que me confundi com seus personagens: calados, sombrios, cheios de dúvidas, solitários, entediados e abarrotados de segredos inconfessáveis. E foi bom, porque me senti fazendo parte de algo realmente humano e imperfeito. Nada de felicidades sépia, instantâneas e corrigidas, esfregadas na minha cara e implorando para serem reais.
Amei e espero profundamente que a "verdade" sobre as coisas, àquela que, em geral, instala-se embaixo dos tapetes, venha para ficar em minha vida.





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